Bruxelas, 28 Mai 2020 (AFP) - Em um cenário inimaginável há quatro meses, os Estados Unidos ultrapassaram o marco sombrio de 100.000 mortes de coronavírus nesta quarta-feira (27) e o Brasil atravessou a barreira de 25.000 mortes, numa época em que a América Latina é o epicentro de infecções. A quantidade de mortos no territorio americano ofuscou a apresentação do plano da União Europeia de 750 bilhões de euros para combater o impacto do novo coronavírus. A presidente da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, fez uma pausa durante uma conferência de imprensa para anunciar o número impressionante de vítimas do "vírus vilão", enquanto o país cautelosamente começa a reativar suas economias. Prestes a ser indicado como candidato democrata à presidência, Joe Biden mencionou o terrível marco: "Para aqueles que sofrem, lamento muito sua perda", escreveu o ex-vice-presidente no Twitter, onde qual acrescentou: "O país está sofrendo com vocês".
Os Estados Unidos são o país mais afetado pelo vírus, com 1.699.176 casos registrados e 100.414 mortes, segundo a contagem da Universidade Johns Hopkins. Trump pressiona governadores e líderes locais a reativar a economia, enquanto seu principal consultor médico, o imunologista Anthony Fauci, alertou contra os perigos do desconfinamento apressado. "Isso é realmente mexer com o destino e procurar problemas", disse Fauci à CNN. - Brasil, mais mortes diárias -A América do Sul, principalmente o Brasil, mantém os alarmes ativados. Enquanto muitas nações ocidentais estão voltando ao normal, o vírus continua sua marcha na América Latina, onde supera a Europa e os Estados Unidos em infecções diárias. Nesta quarta-feira, o Brasil registrou outras 1.086 mortes e 20.599 casos da COVID-19 em 24 horas, atingindo a marca de 25.697 falecidos e 414.661 infectados. Esses números alarmantes que, para especialistas, podem ser até 15 vezes mais altos, devido à subnotificação resultante da falta de exames. O Brasil é o segundo país com mais casos do coronavírus no mundo e o sexto em número de vítimas fatais.